quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Família Tinguá Está no Bracuhy

Chegamos ontem às 9h da manhã no Tinguá, depois de 1.150 km de estrada. Saímos de Floripa na segunda cedo e dormimos em Barra Mansa. Ontem descemos a serra pela RJ-155, via Lídice.

Serra da Bocaina nas proximidades de Lídice.

Foi um dia puxado limpando barco, descarregando, organizando as muitas tralhas, preparando-o para zarpar hoje rumo a Praia da Baleia, na Ilha Comprida, onde passaremos o Réveillon com um grupo de velejadores, liderados pelo Webber e a Míriam, do veleiro Acauã. No final do dia ainda fomos a Angra, no Shopping Pirata's jantar e fazer supermercado.

O problema no enrolador já estava solucionado num eficiente trabalho do Paulo Polônio.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Mais Defeitos

Quando optamos por adquirir um veleiro zero esperávamos ter menos problemas. A verdade é que o Tinguá tem nos dados mais incomodação do que o Bicho do Mar, nosso veleiro anterior um Spring 25S de 11 anos. São muitos pequenos defeitos advindos da má qualidade do estaleiro na montagem e instalações dos diversos sistemas do barco.

Na travessia até Angra dos Reis constatamos que o Tinguá também faz água pela gaiúta da proa, como os outros Skippers 30, com mar de proa, problema que até então não tínhamos constatado. O mastro voltou a fazer água pela enora com a chuva e, o que é pior, a água está escorrendo pelo contra-molde e infiltrando no costado da cozinha, molhando os acabamentos em madeira. Tem mais um vazamento no encanamento de água doce embaixo da pia da cozinha. E o encanamento de esgotamento da geladeira aparentemente entupiu, mesmo usando sempre uma "telinha japonesa".

A má fixação da mesa, que faz com que fique "renga", também incomoda. Aliás, este problema o Leonardo Cal do Kíron observou ao entrar no Tinguá e disse ser igual no seu barco, que ficou pronto um ano e meio depois.

Outro velho problema voltou a aparecer durante a travessia. A adriça da genoa enrolou no enrolador, problema que já provocou por duas vezes danos no estai de proa (vide post Um Ano e Muitos Defeitos). Na Marina Bracuhy foi me indicado o Paulo Polônio para resolver o problema, o qual diagnosticou que "quando da instalação do enrolador o headfoil ficou curto, impedindo que o distorcedor ficasse o mais próximo possível do ponto em que sai do mastro a adriça, facilitando que a mesma se enrolasse no estai. Para solucionar o problema a opção que recomendo no momento é colocar um link (chapa) de inox e uma manilha adicional entre o distorcedor e sua adriça, o que permitiria que o "wrap stop" funcionasse corretamente, impedindo o enrolamento da adriça".

Que veleiros sempre tem consertos a fazer sabemos bem e não reclamamos. Incomoda são os problemas causados por falta de competência.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Tinguá Já Está no Bracuhy

Como o tanque de combustível foi retirado e esvaziado ao abastecermos o Tinguá para a viagem até Angra conseguimos, depois de dois anos, conhecer sua real capacidade. Abastecido até a boca couberam 106,7 litros de diesel. Uma boa capacidade!

Partimos no domingo (07/12) às 09:00h do ICSC, na companhia do grande amigo Saul Capella. Já na altura da Ilha do Arvoredo, com o NE na faixa dos 20 nós literalmente "na cara" e o mar de ondas curtas e picadas, optamos por rumar para o Caixa D'Aço, onde dormimos. Seguimos na segunda às 06:30h rumo a São Francisco do Sul. O vento continuava a soprar NE, mas fraco até as 12-13 horas. Atracamos no Capri Iate Clube às 17:40h.

Agora tinhamos o pior trecho, aquele até Santos numa extensão de 180 mn com quase nenhum abrigo. E pelo menos até as proximidades da Ilha Queimada Grande (umas 30 mn de Santos) seria de NE. As três da manhã acordei e vi que o vento parara, acordei o Saul e em meia hora estávamos a caminho, para aproveitar o maior período possível com o vento fraco. Conforme a certeira previsão do Buoywether o NE cresceu à tarde para a faixa dos 20 nós, e com ele o mar, só começando a cair por volta da meia noite. Foi duro e a singradura diminuiu bastante. Quando passamos a Queimada Grande pelas sete da manhã o mar já era lisinho e um leve leste nos ajudava. Atracamos no Iate Clube de Santos às 12:45h.

Tinguá adentrando a Barra de Santos

A intenção era seguir para Ilhabela pela meia noite ou uma da manhã, depois de um bom descanso. Tomamos aquele gostoso e reconfortante banho que o ICS nos proporciona, almoçamos e saimos para comprar lâmpadas de navegação sobressalentes, pois já haviamos queimado duas com as embicadas nas ondas. Fomos então verificar as previsões meteorológicas. Havia um SW respeitável entrando na região por volta do meio dia seguinte, resultante da frente fria que estava chegando no Sul. Resolvemos partir de imediato e às 18:30h largamos as amarras.

Sábia decisão. Em uma excelente "motorada", com mar calmo e muito pouco vento de E e SE, contornamos a Ponta da Juatinga adentrando a Baía da Ilha Grande por volta do meio dia seguinte. Poucos minutos depois o vento mudou sem aviso para SW e cresceu para a casa dos 13 nós, com alguma rajada de até 17. Mas aí só veio ajudar. Mas mostrou que o SW entrou na região de Ilhabela já pela manhã. Chegamos a Marina Bracuhy às 15:35h da tarde, fazendo média horária de 6,5 nós.

Da esq. para direita MaraCatu, Kilimandjaro e Tinguá no cais G.

A travessia nos mostrou a melhora de rendimento com o novo hélice. Senti além de mais fôrça, mais velocidade final. Passamos Ilhabela, com o canal sem vento e no estofo da maré cheia para a vazante, a 8,2 nós com 2600 rpm.

O Tinguá já repousa no cais G da Marina Bracuhy a espera de sua tripulação que chega logo após o Natal.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Semana de Muito Trabalho

Esta semana foi pesada. Muitos preparativos para aprontar o Tinguá para subir para Angra, de onde deverá voltar só com o Cruzeiro Costa Sul. Ainda bem que , finalmente, a chuva está dando trégua. Algumas atividades foram iniciadas e não evoluíram muito devido a ela e outras nem puderam ser atacadas.

A parte mais fácil foi o hélice novo de que já falei no post anterior. Agora tínhamos a confecção de umas pequenas prateleiras embaixo da pia do bwc, destinadas a lanternas, cintos de segurança e afins permitindo liberar o armário do camarote de popa. Outros dois problemas a resolver foram um pequeno e persistente vazamento no tanque de combustível e "criar" um caminho de saída para a água da chuva que entra pelo mastro.

O vazamento foi identificado no bujão de esgotamento do tanque. Um reaperto no foi suficiente e então foi necessário retirá-lo, mais uma vez, para resolver. Com relação a água no pé do mastro foi furado e passado um duto de fibra pela parede que divide o compartimento na pé do mastro do subseqüente onde fica a bomba automática de porão. É preciso explicar que o Skipper30 possui uma espécie de quadriculado estrutural em seu piso, não tendo posseto.

A maior "obra" foi a instalação de uma TV. Para tanto mudamos as posições do VHF e do DVD Player para colocá-la na mesa de navegação, afim de poder usá-la também como monitor para o notebook. Isto envolveu além do eletricista, o marceneiro. O modelo que optamos é o M19W531 da AOC, LCD de 19" que é TV e monitor e, principalmente, utiliza fonte externa de entrada 240-110V AC e saída 12V DC, o que nos permitiu ligá-la diretamente na bateria. O pior é que o pessoal da elétrica rompeu o guia até o tope do mastro deixado pelo estaleiro, a nosso pedido, e em dois dias de tentativas não conseguiu passar o cabo da antena até lá.


A fora isto havia um sem número de pequenas coisas a serem feitas, estas a meu encargo, como a troca de óleo e filtros do motor e rabeta. Sem contar com a limpeza interna, enceramento do casco e, naturalmente, o carregamento com toda a tralha a ser levada na viagem.

Hoje pela manhã ao colocar o Tinguá na água constatamos o hélice girando ao contrário. Foi preciso inverter os cabos do comando do motor. Ufa! Finalmente estamos prontos para subir a costa.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Hélice Novo

Quando o Tinguá ficou pronto em Janeiro de 2007, por falta de uma opção melhor, instalamos um hélice folding de duas pás, "genérico" da Gori. Apesar de propiciar um bom arrasto seu desempenho não nos agradava.


Tempos depois começaram a chegar ao Brasil os hélices folding (2 pás) argentinos feitos de composite. No entanto, descobri na internet um hélice feathering de 3 pás também em composite (Zytel da DuPont), desenvolvido e fabricado na Nova Zelândia pela Kiwi Props. Um hélice leve, com passo regulável com uma chave Allen até embaixo d'água, sem problema de corrosão, com excelente propulsão inclusive a ré. E ainda a um custo 60% menor.


Tempos depois descobri que o colega da ABVC Gunther Weber estava comercializando estes hélices no Brasil. Como estamos subindo com o Tinguá nos próximos dias para Angra (desta fez parece que finalmente vamos mesmo), era um bom momento para adquiri-la. Fizemos a encomenda e em menos de 15 dias já estava no Brasil.

Pois bem, ontem o Gunther esteve aqui em Florianópolis instalando a peça no Tinguá. Vamos checar ainda o seu desempenho, mas a "bichinha" já é o assunto entre os velejadores do Clube.


Quero destacar aqui a presteza, correção e atendimento do Gunther. Que bom seria se ao menos a maioria dos nossos fornecedores fossem assim. Com mais de 40 anos no mercado náutico e velejador experiente recomendo o Gunther Weber (gunthersailing@yahoo.com - 47-9984-4884).

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mais uma Correção no Skipper30

Procedemos a mais uma correção no Tinguá. Desta vez substituimos o "sifão" da saída de água do motor feito em tubo de PVC marrom por outro confeccionado em aço inox.
















O que nos chamou a atenção foi a quebra do suporte do boiler no barco irmão Katana, o que poderia ter quebrado facilmente o "sifão" de PVC e provocado a entrada de água no barco, sabe-se lá com que conseqüências. Nas fotos, à esquerda o "sifão" original do estaleiro e na da direita o novo em inox.

sábado, 29 de novembro de 2008

Mutley Vence com Nova Proeira

Claci, minha esposa, já fez três Regatas Ele & Ela comigo, todas da Copa Flotilha, a primeira com o Bicho do Mar e nas duas últimas edições com o Tinguá. Mas nunca deu certo de fazermos a Regata Ele &e Ela, de mini-oceano, organizada anualmente pela Avelisc, como o encerramento festivo de sua temporada. Aliás, a Claci nunca havia embarcado no Mutley , nosso Bruma19, antes de hoje!


Foi mais um dia que amanheceu nublado e chuvoso e a imediata bem que tentou me convencer a não fazer a regata. Isto que nem contei a ela que a previsão era de ventos com fôrça 4-5.
A regata teve um percurso paralelo a Avenida das Rendeiras, na Lagoa da Conceição, com sete pernas. Dentre os 17 participantes tivemos cinco Brumas 19. Houve pouca chuva durante seu transcorrer mas o NE fôrça 4 a 5 esteve sempre presente. Mas, a proeira foi valente e vencemos depois de uma boa disputa com o meu amigo Fabrício e companheira, do Koan, que nos ultrapassou por duas vezes. Fomos tão bem que só chegamos, no geral, atrás de um Neo25, um Delta21 e dois Microtonners.



(Fotos e clip de Kriz Sanz do www.esportesdomar.com.br, onde há mais fotos)

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Consumidor Não é Otário!

Encontrei numa banca hoje um número atrasado da Revista Mar & Mar (ano 10 - Nº 72), provavelmente publicada na época em que estava embarcado no Costa Leste/Refeno (a data de publicação é estranhamente sonegada), com a chamada principal "Skipper 30 Um veleiro que veio para ficar" e a foto de um Skipper30 ocupando a capa. Como proprietário de um destes barcos comprei-a imediatamente.

A tal "reportagem" não passa de uma publicidade mal disfarçada de 3,5 páginas, com fotos fornecidas pelo estaleiro. Me senti absolutamente lesado e no papel de otário, diante da desfaçatez destes "pseudo-editores" caça-níquel. E como esta existem outras no meio náutico.

Para o estaleiro este tipo de publicidade pode ser "um tiro pela culatra", diante da evidente matéria paga e falta de credibilidade destas publicações.

domingo, 9 de novembro de 2008

Regata Mormaii

A chuva continua implacável neste sul do Brasil, mas a previsão, até a véspera era de sol pela manhã, com chuva só para o final do dia e ventos médios de SE para E. Ficamos animados, ainda mais que desde a Semana de Vela de Ilhabela o Tinguá não participava de uma regata. Some-se ainda que a Regata Mormaii, em sua 7ª edição, tinha um percurso gostoso, de cerca de 19 mn, pelas baías Norte, de Jurerê e Canasvieiras.

Ledo engano! O dia amanheceu chuvoso, fechado, sem vento! Largamos das proximidades da Avenida Beira Mar Norte, os 40 veleiros, com uma "merrequinha" de uns 5 nós de ESE. Decorridas três horas de regata, com rondadas para todas as direções e paradas totais do vento, além de algumas pancadas de chuva, sobe balão, desce balão, orça, arriba, estávamos boiando completamente nas proximidades da Ilha de Ratones Pequeno. Com aquele "nhec-nhec" característico da falta de vento a tripulação iniciou o "lobby" para desistirmos. Pediram uma votação, como se já não soubessem o resultado, para dali 15 minutos. Antes do motim o comandante, já que não marcamos pontos na Copa Veleiros e o objetivo de velejarmos não estava sendo atingido, "ordenou" ao imediato de comunicasse nossa desistência a CR.

sábado, 25 de outubro de 2008

Chove Chuva..

Já fazem quase 20 dias que Eu e o Saul desembarcamos do Guga Buy, em Natal, e retornamos à Floripa. E ainda não consegui dar uma voltinha sequer com o Tinguá. E só chuva e uma seqüencia que não acaba mais de frentes frias. Nos primeiros dias, apesar de frios, amanhecia bonito com sol mas durante o dia tudo mudava. Agora, se não é chuva direto são dias nublados, carregados de nuvens escuras, sem sol.

Hoje aconteceu a prova final do Campeonato Estadual e da Copa Casan/AVELISC de Mini-Oceano, com poucos e rondados ventos e muita chuva. Mas foi gostoso, junto com o amigo Polaco (Luiz Carlos Poyer), vencer a regata depois de muita disputa com o Andaluz, ganhando o bicampeonato estadual e carimbando a faixa na Copa Casan, onde o Mutley já era campeão antecipado da categoria Bruma19.

No mais é acompanhar a Volvo Ocean Race e a descida da costa brasileira dos Zanellas, pai e filho, no Guga Buy. Hoje pela manhã eles chegaram a Maceió. O Guga Buy está utilizando o localizar pessoal por satélite Spot (testado na ed. 242 da Náutica). Recebo emails enviados pelo Cmdte. Zanella com um link para o GoogleMaps com a sua localização plotada. Vários colegas velejadores aqui do ICSC já utilizam o Spot, que é muito eficiente, de simples operação, com um custo baixo e já comercializado no país.


(Foto da regata de Kriz Sanz do www.esportesdomar.com.br)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Natal, fim da linha

Desta vez o swell de sueste fora de época provocou maiores ondulações no chamado mar de dentro, o lado da ilha protegido dos ventos de leste, e piorou as condições de visibilidade da água. Mesmo assim Noronha é um paraíso. Revisitei todas as atrações e ainda deu para descobrir novas, como a excelente pizza da Pizzaria Feitiço da Ilha, ao lado da Igreja de N.Sra. dos Remédios.

Praia do Sancho, a mais bonita que conheço

Na quarta (01/10) à noite aconteceu a festa de premiação da Refeno, na areia da praia do Porto de Santo Antônio. No dia seguinte os veleiros começaram a deixar a ilha de volta ao continente, pois terminava o prazo de permanência coberto pela regata. Para aqueles, pouco mais de trinta, que inscreveram-se na Regata Fernando de Noronha-Natal, como nós, o prazo ia até o sábado.

Baía dos Porcos com os Dois Irmãos.

Largamos na Regata Noronha-Natal às 08:00h (de BSB) do sábado (04/10). O vento foi de ESE com intensidade média de 20 nós, chegando a registrarmos 31 nós à noite. O mar estava bastante picado com ondulações de 2-3,5 m de E, portanto través. Navegávamos adernados a pelo menos 20º, com genoa 2 e mestra no primeiro rizo e mais tarde no segundo, em condições ruins de mar e vento. No domingo pela manhã, a 41 mn de Natal, ouvimos um barulho como que de um tiro de fuzil. Um fio do estai de força de bombordo "descascou". Baixamos as velas, naquele momento mestra no primeiro rizo e genoa 2, para preservarmos o mastro, desistimos da regata e continuamos a motor, balançando ainda mais. Cruzamos a nova Ponte Natal-Redinha às 17:45h de domingo, após 33:35h de uma navegação muito pesada.

Guga Buy no ICN com a ponte ao fundo

Enquanto o Guga Buy ficou ancorado no Iate Clube do Natal, aos cuidados do Eduardo e do Paulo Linhares Neto, nosso novo tripulante nesta travessia, o Cmdte. Zanella, Saul e Eu fomos para um hotel. Saul e Eu retornamos na quarta (08/10) de avião para Floripa, não sem antes conhecermos algumas das atrações turísticas de Natal e arredores. O Guga Buy, com Zanella pai e Zanella filho, inicia nos próximos dias, sem muita pressa, seu retorno ao porto de origem.

Chegando de balsa em Tibaú do Sul
(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/refeno2008).
(Vide clip da largada clicando aqui).

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Refeno 2008

No último dia 24/09 deixei o Tinguá no ICSC e tomei o avião para Recife aonde embarquei no Guga Buy para fazer a Regata Recife-Fernando de Noronha (Refeno) e a Regata Fernando de Noronha-Natal. O Cabanga Iate Clube de Pernambuco, organizador da regata, já estava em ebulição com dezenas de veleiros e centenas de velejadores. O Guga Buy nestas duas regatas tripulado pelo Cmdte. José A. Zanella, seu filho Eduardo, Saul Capella Neto e Eu.

A "piscina" do Cabanga atulhada de veleiros.


Partimos às 13:00h do dia 27/09, na tradicional largada em frente a Praça do Marco Zero, competindo na classe RGS E. Iniciamos com vento SE de 8-10 nós que cresceram em mar aberto para 15-18 nós rodando mais para leste no amanhecer de domingo. Em alguns períodos tivemos ventos menores entre 10-13 nós e de até 24 nós nos três pirajás que pegamos, o último chegando em Noronha. A ondulação é que incomodou com mar baixo, nunca maior que 1,5m, mas muito picado e de leste.

Pirajá nas proximidades de Noronha, com direito a Arco-Íris.

Fizemos turnos de dupla de duas em duas horas com cada um timoneando uma hora. Nossa média de velocidade no amanhecer de domingo era de 6,1 nós. Por volta das nove horas, quando o navio-patrulha da Marinha do Brasil que acompanhava a regata procedeu a chamada das embarcações para check-in, constatamos que vários veleiros que até ao anoitecer permaneciam nas nossas proximidades, além de terem desaparecido de nosso visual, estavam até dezenas de milhas a nosso frente. Estávamos constatando na pele a falta de ética de muitos comandantes que simplesmente ligam o "vento de porão". Os mais "cara-de-paus" usam de dia mesmo, como o caso de um veleiro que orçava a cerca de 30º sem genoa... Pouquíssimos são os que se retiram da regata por terem motorado.

Veleiros da regata ancorados em frente ao Porto de Santo Antônio.

Foi uma ducha de água fria na tripulação. Passamos então a fazer uma regata mais leve, inclusive utilizando o piloto em alguns períodos, como na segunda noite, quando então fizemos turnos solitários de uma hora. Cruzamos a linha de chegada às 19:00:40h de segunda feira (29/09), após 54h de regata, em sétimo entre os onze da nossa classe. O vencedor foi um multichine 28 "voador" com mais de cinco horas na nossa dianteira. Dos outros cinco veleiros do ICSC destaques para o Gosto D'Água, do Cmdte. Júnior, que venceu pela segunda vez consecutiva a RGS B. O Talismã I, do Cmndte. Cocal, chegou em terceiro na RGS A mas depois numa estranha manobra da organização foi rebaixado para quarto. Pena foi a quebra do leme do Samurai Ni, do amigo Cmdte. Marins, a 30 mn de Noronha quando liderava disparado a RGS D.

Por-do-sol no Boldró uma das maravilhas de Fernando de Noronha.

Estamos agora curtindo as maravilhas deste arquipélago paradisíaco, que vem sendo mantido preservado, mas nem tudo são flores na vida de velejador. Há dois dias o mar está mais mexido em nossa ancoragem, causando algum desconforto e fazendo com que o trajeto veleiro-porto e vice-versa no botinho, não ocorra sem molhar ao menos o traseiro. No sábado (04/10) largamos na Regata Noronha-Natal, com previsão de bastante mar e de chegada no domingo à tarde.

Morro do Pico e praias do Meio e Conceição.

(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/refeno2008).

(Veja clip da largada clicando aqui)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pedro Visita o Tinguá

Nesta semana recebemos a visita de minha filha Fernanda e o netinho Pedro, que moram em Aracaju. Mesmo o tempo não permitindo nenhuma gostosa velejada, fiz questão de levá-lo no "barco do vô"...é preciso ambientá-lo desde cedo.

Pedro (2 anos) treinando para regulador de velas.


No sábado 20 tivemos a Regata Bal. Camboriú, válida pela Copa Veleiros da Ilha de Oceano, mas na véspera, com o Tinguá já preparado e na água, Jorge e Eu de comum acordo decidimos não participar. Santa decisão, a regata teve uma grande calmaria que provocou a desistência de 20 dos 28 competidores.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Tanque Reformado

No post Problemas na Travessia a Ilhabela comentamos os problemas que tivemos com sujeira no tanque de combustível, o que nos obrigou a mudar o rumo para São Francisco do Sul para retirarmos o tanque e lavá-lo com querosene.


Naquela ocasião não conseguimos limpar adequadamente o tanque por falta de tampas de inspeção. Agora, no início do mês retiramos o tanque de diesel do Tinguá para fazer duas janelas de inspeção que permitissem lavar adequadamente o tanque e também instalar um sistema de medição da quantidade de combustível por uma mangueira transparente fixada externamente ao tanque.

O serviço não foi tão fácil como pode parecer...experimente "acertar" os 36 parafusos de cada tampa...mas acreditamos que vai valer a pena.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tinguá na Mídia

As participações do Tinguá em regatas, especialmente na Semana de Vela de Ilhabela tem
rendido algumas fotos em sites e revistas.


No ano passado já saímos na Náutica (vide post Olha o Tinguá na Náutica).
Este ano emplacamos novamente uma foto na Revista Náutica (nº 240).

Já na revista Cockpit do ICSC , edição de Agosto passado saiu uma foto do Tinguá em regata e uma minha no churrasco de confraternização da flotilha de Santa Catarina em Ilhabela.













No suplemento Náutica Sul, que circulou com a edição 241 da Náutica, saiu uma ampla reportagem de capa sobre a participação da flotilha catarinense na Semana de Vela de Ilhabela.















sábado, 30 de agosto de 2008

Mutley já é Campeão da Copa Casan

Cheguei na quarta (27/08) à noite do Cruzeiro Costa Leste e voltei a vidinha normal. Hoje, com o Guto (Carlos Augusto Kindlein) e o Polaco (Luiz Carlos Poyer) na tripulação, vencemos a 6ª Etapa da Copa Casan/AVELISC de Mini-Oceano, na categoria Bruma19 e nos tornamos campeões com duas etapas de antecipação. A regata valeu também como 1ª Etapa do Campeonato Estadual de Mini-Oceano. A disputa como sempre foi na Lagoa da Conceição, num dia bonito e ensolarado de inverno com ventos do quadrante sul fortes. Largada em contra-vento, uma perna de través paralela a Av. das Rendeiras e uma longa perna em popa até a chegada em frente ao Restaurante Lagoa Azul, na Costa da Lagoa.


(Mais fotos em www.esportesdomar.com.br)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

A Regata Aratu-Maragojipe

Segundo os baianos a Regata Aratu-Maragojipe, organizada pelo Aratu Iate Clube, é a maior de percurso do Brasil. São cerca de 400 barcos, contando-se as lanchas e saveiros que acompanham o desenrolar. Competidores eram com certeza mais de 250 veleiros entre monocascos, multicascos, monotipos, saveiros e escunas, divididos em muitas classes e três largadas. Só participando para se ter idéia.

Veleiros a nossa ré

São 32 mn de percurso largando entre a Ilha da Maré e a entrada da Baía de Aratu, na Baía de Todos os Santos, e terminando na cidade de Maragojipe, após percorr
er cerca de 7 mn pelo Rio Paraguaçu acima. Nós no Guga Buy - Cmdte. José Zanella, Eduardo Zanella, Eu e o reforço do Maurício "Negão" Rosa, competimos na classe RGS Cruzeiro B e saimos na segunda largada.

Veleiros a nossa frente, já no Rio Paraguaçu

Fizemos uma boa regata com vento de SE mas variando de intensidade, especialmente durante os muitos pirajás. Até agora não sei do resultado. Aliás, durante a regata muitos barcos não obdeceram as determinações das Instruções de Regatas quanto a montagem de algumas bóias de sinalização no canal de acesso a Aratu, nas proximidades da ilha do Medo e no rio. Na chegada, mesmo tendo avisado várias vezes pelo rádio que estávamos cruzando, uns três minutos depois a CR perguntou pelo nome do "barco com um bote vermelho na popa". Enfim, o que vale nesta regata é o visual, a emoção de ver tantos veleiros junto
s, a velejada dos saveiros de pena e de vela de içar e a festa claro, afinal estamos na Bahia...

Saveiro de pena em plena regata

No domingo (24/08) desembarquei do
Guga Buy, que rumou para a Ilha de Itaparica, retornando a Salvador de carona no Samurai Ni, do Cmdte. Marins Camargo. Volto ao Guga Buy no final de setembro, já em Recife, para fazer a Refeno.

Você já tinha visto Optimist com vela balão ?

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Gusmão no Aratu

Encontramos aqui no Aratu Iate Clube o amigo e grande velejador Marcelo "Gusmão" Reitz, do ICSC, que está" dando um trato" em seu veleiro Moleque afim de continuar seu Projeto Rota Norte, de navegação em solitário pela costa brasileira.

Gusmão distribuindo brinde dos seus patrocinadores

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Os Estaleiros de Cajaíba

Na nossa estada na Baía de Camamu visitamos o povoado de Cajaíba do Sul, conhecido em todo o país pela construção de escunas. Vimos muitas escunas em seus vários estágios de construção e apreciamos a técnica secular empregada, que resultam em embarcações de apurada qualidade.

Apesar da aparente demanda aquecida o povoado é muito pobre. Os “estaleiros” são apenas telhadões embaixo dos quais os barcos são construídos. Não há empresas, nem previdência ou planos de saúde, nem direitos trabalhistas. Os artesãos simplesmente ganham o que produzem.

(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008 )

As Canoas da Bahia

Me chamou atenção na Bahia, durante o Cruzeiro Costa Leste, as canoas de um pau só habilmente tocadas, a remo ou vela, pelos nativos. Elas são estreitas e compridas, muitas passando dos dez metros de comprimento. Nas imagens abaixo alguns exemplos.

Em Itacaré

Na Baía de Camamu

(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008)

Festa de Encerramento do CCL2008

Na quarta-feira (20/08) por volta das 13:00h zarpamos do Terminal Náutico da Bahia para o Aratu Iate Clube, distante 12 mn, na tranquila Baía do Aratu. Lá foi realizado o encerramento oficial do Cruzeiro Internacional Costa Leste 2008 com comes e bebes, baianas, banca de acarajé, show de capoeira, homenagens, banda de forró e muita alegria e confraternização. Houve até uma premiação extra-oficial onde Dona Rô ganhou o Troféu Galvão Bueno de Comunicação e o Eduardo "Zanellinha" o Troféu Madre Teresa de Calcutá.

Segundo a opinião reinante entre os participantes foi um mês fantástico, com velejadas gostosas outras difíceis, lugares maravilhosos, convivência harmônica, grande aquisição de conhecimentos e experiência. Eu que participei a partir da escala de Vitória adorei. Considero que o maior objetivo atingido pelo CCL2008 foi o de permitir que velejadores com pouca experiência pudessem fazer um cruzeiro deste porte. Sem o CCL não o fariam, agora, após o CCL com certeza o farão sozinhos.


(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008)

O Lado Social do CCL2008

Durante as várias paradas do Cruzeiro Costa Leste muitas ações sociais foram praticadas pelos seus participantes junto as comunidades locais. Além da distribuição de cestas básicas doadas pelos comandantes participantes, cito algumas outras como as atividades da tripulação do BoraBora (www.velejandocomdeus.com.br), do Ronaldo Coelho, do Feitiço, que entre outras atividades ministrou palestras de prevenção de câncer de mama, do Prof. João Peralta do Triunfo II.

Prof. João com alunos da escolinha do Campinho

De um modo geral houve uma boa integração dos velejadores com as comunidades locais. Mas, este é um lado que pode e deve ser incrementado ainda mais nas próximas edições do cruzeiro.
(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Gamboas

Gamboa palavra de origem indígena que significa cercado de ramagens para apanhar peixe. Na região da Baía de Camamu é comum encontrar gamboas. São um cercado mar adentro com uma entrada em labirinto onde o peixe entra e não consegue sair. O pescador deixa-os “engordarem” e vai pegando-os conforme a sua necessidade.


(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008 )

Niver do Comandante

Ontem (19/08) o Cmdte. José Zanella, do Guga Buy, comemorava aniversário. Por niciativa de seu filho Eduardo foi organizado um churrasco 0300 no pier, em frente ao local de atracação do Guga Buy. Com duas churrasqueiras náuticas e duas caixas de isopor com gelo estava feita a festa. Todos foram convidados, inclusive outros velejadores atracados no Terminal Náutico da Bahia. Dizem que até no Elevador Lacerda tinha cartaz convidando para o churrasco do Zanella.



Logo que escureceu o pessoal foi chegando trazendo a cerveja, cachacinhas de todos os cantos do Brasil, carne ou linguiça. Também a Cláudia Victor, embarcada no Pacífico, cumpria anos ontem. Festa dupla que rolou gostosa até quase meia-noite.


terça-feira, 19 de agosto de 2008

Travessia a Salvador

Soltamos a poita no Campinho, na Baía de Camamu, exatamente a zero hora de segunda-feira (18/08) para a última travessia do Cruzeiro Costa Leste. Foram 65 mn até o Terminal Náutico da Bahia, com mar de 2,5 a 3,5m com ondulação de sudeste (pelo través) e espaçamento de 9 a 11s e ventos de 6-12 nós de E-SE. Nas proximidades da barra da Baía de Todos os Santos o espaçamento entre ondas diminuiu com o mar ficando mais picado. Na entrada da barra pegamos o maior Pirajá de todo o cruzeiro, mas chegamos muito bem às 11:15h.

Makai com Salvador ao fundo

Estamos atracados no pier do Terminal Náutico de Salvador, onde fomos recebidos por baianas à carácter e kits com mimos como camiseta e guia náutico da Bahia. Amanhã (20/08) iremos para o Aratu Iate Clube, onde acontecerá a festa de encerramento do Cruzeiro Costa Leste 2008.

Guga Buy atracado no Terminal Náutico da Bahia

Feira em Camamu

Sábado é dia de feira na cidade de Camamu, que fica no fundo da baía a mais de 9 mn do campinho, e todas as comunidades da baía se dirigem cedinho para lá para vender, trocar e comprar. Fomos também no barco-ônibus da seis da matina.

Eduardo (Guga Buy) e Fernando (Solaris) no barco-ônibus rumo a Camamu

Camamu, a cidade, fica em uma elevação no final dos manguezais, o que significa inúmeros baixios em sua aproximação. Na verdade as embarcações vão fazendo um zig-zag por entre o mangue. Na chegada ao porto um verdadeiro congestionamento de barcos e um burburinho de gente.

A cidade de Camamu

Chegando ao porto de Camamu com o Cmdte. Zanella (Guga Buy) na proa

É uma cidade típica do interior da Bahia, com tudo que isto significa. A feira é um capítulo a parte, com “secções” de peixes secos e salgados, roupas e armarinhos, frutas e verduras, farinhas e carnes. Chamou a atenção os peixinhos (sardinha, manjuvas) secos e salgados vendidos em maços e as cabeças de boi vendidas com todo o seu conteúdo, apenas retirado o couro. Vale a pena dar uma olhada nas fotos no Picasa.

Os peixinhos secos da feira de Camamu

(Mais fotos em www.picasaweb.google.com/lflbeltrao/costaleste2008)